terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bondage, Delírio incontrolável

Por Júlio Ferraz

Você alguma vez foi já levado a uma extrema sensação erótica quando seu companheiro de repente empurrou seus pulsos contra a cama enquanto transava com você? Este é um exemplo comum de Bondage. Há um conceito fundamental para se lembrar o que muitos ainda não sabem ou recriminam por achar que se trata de sadismo, mas se ligue, você está redondamente enganado.

Bondage, o que você gostaria de saber mas nunca perguntou.

O prazer de ser amarrado e escravizado é um dos fetiches mais clássicos de todos os tempos. A palavra "bondage" em português significa escravidão, servidão, sujeição. A origem dessa postura vem do mito Marquês de Sade (1740-1814).
Se você é um adepto e ainda não sabe como fazer a coisa direito, seguem algumas dicas:
A primeira coisa que se deve pensar é que você está lidando com material humano, e existe um limite na força com que se vai amarrar o parceiro. Só que muitas vezes as pessoas não sabem a força que estão usando, por isso deve-se ter uma palavra-chave, uma "safeword", combinada antes. Ao pronunciar essa palavra o escravo estará pedindo ao outro que pare.

Pode-se usar cordas (as grossas machucam menos), barbantes (perigosos já que podem cortar a pele) ou mesmo correntes (preferidas pelos mais fashion).
Depois de amarrada o que fazer com a vítima? O rol de possibilidades é bem grande: cubos de gelo, alfinetes, tachas, pisar com sapatos e/ou botas, chicotes, cintos de couro, e é claro, usar à vontade seus dedos, boca, genitais ...

Outro item muito usado são os xingamentos. Xingar sua vítima e narrar fantasias sexuais "devassas" pode levá-la a um delírio incontrolável. O essencial é deixar a vítima cada vez mais sedenta, pedindo mais.
Os experientes no assunto sabem também que deve existir uma relação de confiança entre o top (o dominador) e o bottom (o dominado). Mesmo que tenham se conhecido na mesma noite.

Levando-se em consideração que em sua essência o Bondage é não ter opções numa condição consensual de limitação física da ação (com jogos e técnicas de amarração por cordas, visando imobilização), usado não para dominar a relutância, mas para incrementar o orgasmo através da escravidão, inter-dependência e submissão numa experiência sensual e sexual de cativeiro seguro, o Bondage é uma experiência que visa aumentar as sensações sexuais. Em parte porque é uma expressão inofensiva da agressividade sexual, mas também por causa dos seus efeitos físicos. Os pulsos, tornozelos e antebraços são zonas altamente erógenas, e por isso milhares de pessoas se excitam ao serem amarradas. Um orgasmo lento em situação de imobilidade forçada é uma experiência inesquecível para aqueles que o tentam.

Com efeito, uma imobilização verdadeiramente hábil produz resultados sensacionais. Do ponto de vista sexual, na maior parte dos homens quando bem amarrados, não só parecem mas também sentem-se muito sexys ("prisioneiro-sexual"). Quando amarramos o parceiro pelos pés e pelas mãos e depois o levamos ao orgasmo, isso gera uma sensação agradável, recompensadora e de extrema segurança. Além de ser uma sensação sexual excitante, permite que muitas pessoas que não conseguem chegar ao orgasmo de maneira convencional, o atinjam de forma total. Pode ser que berrem no momento crítico, mas certamente vão gostar muito. A habilidade aqui reside em saber distinguir os ruídos que exprimem mal-estar com pulsos torcidos, cãibras ou outras dores, das manifestações normais de êxtase. Os primeiros significam "Pare já" e os outros "Continue por favor, e faça-me gozar".